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Síndrome de Burnout e Pandemia: precisamos falar sobre o bem-estar dos profissionais de saúde
Muito tem se falado, e não por acaso, em excesso de trabalho e como a sobrecarga de funções pode afetar o bem-estar psíquico dos profissionais de saúde.
Imagine um profissional que precisa lidar, diariamente, com o excesso de demandas laborais, com o sofrimento de diversos pacientes, com a escassez de EPIs e os inúmeros dilemas e conflitos éticos comuns à sua área. Agora imagine esse mesmo profissional atuando em um cenário pandêmico, como a da COVID-19.
Muito tem se falado, e não por acaso, em excesso de trabalho e como a sobrecarga de funções pode afetar o bem-estar psíquico dos profissionais de saúde. A crise sanitária provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) potencializou uma realidade há muito tempo cercada de desafios. O resultado? pessoas esgotadas física e emocionalmente. Sinais que podem caracterizar a Síndrome de Burnout.
Para alguns especialistas, embora apresente sintomas e necessite de atenção e tratamento adequado, a síndrome de burnout não é um doença, mas uma condição adquirida por desordem na vivência profissional. “De fato a síndrome de Burnout é um fenômeno que está estritamente ligado ao contexto laboral e se apresenta por meio de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais, resultantes de estresse crônico advindo do âmbito do trabalho.”, explica Thaisa Dias, psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Neuropsicologia.
“A SB se desenvolve a partir de um contexto de estresse, cujo manejo foi deficitário, gerando esgotamento de energia, que, por sua vez, influencia a percepção dos profissionais, que se sentem desiludidos, decepcionados, fatigados e frustrados com o retorno recebido pela dedicação despendida em sua atividade.”, completa Thaisa.
Os sintomas mais comuns relacionados à síndrome afetam três esferas: a física, a psicológica e a comportamental do paciente. Como sintomas ligados ao corpo, Thaisa destaca: fadiga, cefaléia (dor de cabeça), alterações do sono e dores musculares. Quanto aos efeitos psicológicos, é comum o profissional sentir: falta de concentração, humor depressivo, ansiedade, negativismo e desinteresse. No que tange aos sintomas comportamentais, é recorrente observar: absenteísmo, erros nas atividades de rotina e irritabilidade.
Para a especialista, em razão da alta carga psicológica e física advinda do contexto de pandemia, se faz necessário discutir a importância de ações preventivas voltadas aos profissionais que atuam na linha de frente contra a doença. É urgente pensar estratégias que envolvam melhorias nas condições laborais em conjunto com o desenvolvimento de serviços assistenciais e educativos voltados a esse público.
Praticar o autocuidado e o autoconhecimento também são atitudes que devem ser encorajadas e estimuladas. “O profissional pode favorecer sua saúde física e emocional, adquirindo hábitos de vida saudáveis, realizando autorreflexão acerca de suas limitações e potencialidades, incluindo atividades prazerosas em seu cotidiano e desenvolvendo a percepção acerca da importância de buscar ajuda especializada quando necessário.”, adverte a profissional.
SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO
Com a participação da psicóloga Natale Ribeiro, a Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA) promoveu um webinário com foco nessa temática. Intitulado “COVID-19 e a Síndrome de Burnout em profissionais de saúde”, o encontro foi mais uma oportunidade para conhecer as principais causas e os fatores desencadeantes dessa condição. Além disso, a profissional compartilhou práticas e experiências clínicas de diagnóstico. Para acessar na íntegra o webnário, clique aqui.